Hoje o sol brilha mais intenso no céu,
é vésperas, de primavera,
e tudo o que é teu e tudo que é meu,
é das andorinhas, esta longa espera.
Em bandos chegando, abro a janela,
e é vê-las brincando,
nos seus voos, com este e co aquela,
que de há muito as estava ansiando.
Dorso preto, o peito branco, encanto
maior não haverá
neste Mundo, e, para nosso espanto,
uma só, em nossas mãos, firmar-se-á.
Primavera de todos os espantos aqui,
aquece-nos o corpo,
e dá-nos belas imagens, que eu revivi,
quando no inverno me parecia morto.
E as pessoas saem à rua em extensiva
e natural alegria,
passeando-se duma forma expressiva,
que repartem co os amigos noite e dia.
E nisto falando, as florinhas, renascem
de seu sono profundo,
e as ovelhas e outros animais, pascem,
ruminando a erva e o solo tão fecundo.
Cantam os pássaros belíssimas sinfonias,
não precisam de maestro,
que a Natureza lhes dá bonitas melodias,
e tal como cantam, esvoaçam de presto.
Vão de árvore em árvore, vão chilreando,
canções de embalar,
e quando assobiando os vamos imitando,
eles parecem perceber, e cessam o cantar.
Eis, está chegando a primavera, oh, magia!
Traz o sol com ela,
os rios, de águas azulinhas, para a pescaria,
e no zénite do calor, banharmo-nos nelas.
Jorge Humberto
19/03/11