Tarde de sol, num céu brando de azuis
coralinos;
meus olhos despertos para esta
certeza impar enfrentam a cor azulácea,
como quem alça voo e irrompe
das nuvens mais forte e determinado,
a ser presença, entre as forças da Terra.
E sou árvore e sou rio, uma ilha não mais
desencontrada;
e minhas mãos lenhosas afagam
flores tais, que os jardins proporcionam,
a quem é a própria Natureza e o
seu cerne colorido e aromatizante, em
vagas de fragrâncias, que a tarde acolhe.
Das ondas sou o mar e o sal, nos remos
dos barcos;
marinheiro de muitas e reais lutas
contra o escarcéu das ondas alteradas,
puxando redes com ou sem peixe;
velas desfraldadas ao vento Norte e o
cordame como braços, atando o navio.
Sou isto e aquilo, enamorado de um só
amor-perfeito;
homem respeitoso e o verdadeiro
poeta da Natureza, como não há outro;
e sou feliz assim, redescobrindo-me
na tarde fogosa, por brisas acusando-se
nas folhas, que mostram o seu reverso.
Jorge Humberto
17/03/11