"olha-te, o cupido"
Escondido,
perfilado,
ali está o cupido,
à espreita,
sentado.
Vigia o incauto,
com ar atrevido,
quer ver conseguido,
o destino,
para sua seta.
Cupido, é menino,
com seu ar ingénuo,
transpira graça.
Como arqueiro,
não tem parceiro,
e ninguém o ultrapassa.
Olha-te, o cupido,
afasta-te.
Pois ele é perfeito,
e quando menos se espera,
logo um golpe com a sua flecha,
no coração, nos desfecha.
Olha-te, o cupido,
prazenteiro,
ao ver-te surpreso.
Ri-se, irónico,
por tua desgraça.
Vá lá, ó cupido,
Não faças troça,
que é feio.