Que vou dizer quando chegar,
Larguei meia história em pedaços,
Rompi toda intenção composta a dois,
E descombinei todas as juras e promessas...
Vou disfarçar a fotografia esquecida,
Quem sabe os bilhetes em guardanapos,
Vou espreitar discretamente seus olhos,
E tomara que ainda tenham lágrimas.
Gente e gente que passa, alheias as minhas dores,
Imagens que passeiam na minha frente, feito cinema,
Tempo que corre, que passa,
Só não passa a ânsia de chegar.
Que vou dizer quando entrar,
Que foi só um destempero, culpas divididas,
Ela vai estar a minha espera, vai sim,
E vai me abraçar, e rogar que fique.
E vou sentir o corpo inteiro grudado em mim,
As mesmas curvas que tanto conheço,
A boca morna que tanto gosto,
Vai ser assim, tem que ser assim.
Ninguém me olha, ninguém me vê,
Ninguém quer saber das minhas dúvidas,
Todos passam alheios, ninguém sabe, nem ai,
E que faço nessa solidão misturado a tantos.
Que faço se ela ignorar, bater a porta,
Isso não, nem essa chuva fina é tão fria,
Ela há de lembrar do nosso abraço,
Dos meus braços, das juras que me fez.
Quase chegando, coração palpita,
Cinema na mente, na frente, imagens reais,
Sangue corre mais e mais rápido,
Frio na alma, arrepio e suor, suor frio.
Rasguei meia história, a outra metade é dela,
E ela não rasgou não, está me esperando,
Tem que estar, vai estar, chorosa e linda,
Com a outra metade da folha na mão,
Claro que sim.......................