Matar-te é algo efêmero!
Procuro-te na poeira invisível do infinito
Rastros intocáveis, imagens, lembranças.
Pedra é pedra, flor é flor, sei, mas grito.
Maldito medo apartou-me da bonança.
Enterrei os sentimentos a debalde
Estás tão vivo, tão presente querido.
Cravejada de espinhos e saudades
Matar-te é algo efêmero, dá-me risos.
Ah Adônis, não vou me abster deste querer.
Tua sombra acompanha fiel o meu viver
Sou um esteio e ela se apegou, comigo ficou.
E tua carne vagueia sem ter consciência
De que foste vitimado por surto de onipotência
Traz o teu corpo de volta, aqui nada mudou!