Sonetos : 

O AMOR

 
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O amor em tantas faces mais sutis
Expressaria o muito aonde enreda
O passo e na verdade mesmo em queda
Transcende ao quanto possa e mesmo quis,

Negar outro momento e ser feliz
Ousando acreditar, podre moeda
E nisto qualquer luz agora seda
Quem sempre desvendara e nada fiz,

Meu verso se apresenta sem talvez
E crendo no caminho onde desfez
O passo sem o prazo necessário,

Erguendo um manso brinde a quem se dera
Tentando renascer em primavera
Realço o mesmo velho itinerário.


Não tendo em minhas mãos esta certeza
Que possa me trazer nova emoção
Os tempos se desenham desde então
Lutando contra a firme correnteza,

E sei do teu olhar, rara beleza
E enveredando as sortes que virão
Marcar com mais ardor cada ilusão
E nisto me sentindo feito em presa,

Mergulho nos teus braços e prossigo
Tentando acreditar em firme abrigo
Aonde com ternura se tentara

Adivinhar o passo em tal seara
E mesmo quando a vida se apresenta
A sorte não se fez ora sangrenta.


Negar o meu anseio e prosseguir
Depositando o sonho noutro instante
E sei do quanto possa e se garante
O amor que tanto vejo a resumir

Meu canto no caminho a repartir
O tempo que se molde doravante
E nada mais se vendo onde agigante
O prazo quando muito inda há de vir.

Não tento navegar contra esta fúria
E sei da solidão, a velha incúria
Que um dia fora amarga companheira,

E sinto isento o verso e nele pude
Marcar com mais ardor a juventude
Ousando acreditar em tal bandeira.

4

Nos trâmites comuns da velha sorte
O tanto que se quer e não consigo
Embora se apresente o vento amigo
O verso noutro rumo não comporte,

Meu tempo sem ter tempo não conforte
E deixo para trás o desabrigo
Vencendo qualquer tom, medo e perigo
Ainda me imagino bem mais forte,

Negar o quanto venha e tenha além
Do quanto na verdade não convém
Ao velho caminheiro em luz suave,

Do tanto que se fez imensidão
Os olhos procurando outra estação
Enquanto cada sonho vira entrave.

5

Avisos e convites me convêm
Pressinto novo dia e quero mais
Do quanto poderia em desiguais
Cenários caminhando sem desdém,

A rude sensação de ter alguém
Anseios entre tantos vendavais
E neles se aproximam velhos cais
Enquanto a solidão inda não vem,

Mas quando enamorado tudo passa
E sei desta emoção, diversa traça
Puindo uma esperança ou mesmo o brilho

Que tanto poderia ser diverso
E tento dedicando novo verso
Ousar aonde em paz deveras trilho.

Resplandecente luz que tanto quis
E nada mais se vira além do fim,
Ainda se alimenta vivo em mim
O sonho de talvez ser mais feliz,

E quando se aproxima e por um triz
Invado sem sentido este jardim,
O tanto que se queira traz assim
O verso pelo qual amor eu fiz,

No vórtice da vida sem sentido,
O manto já puído e destruído
O vento se anuncia em dimensão

Diversa da que tanto procurei
E invade sem defesas esta grei,
Causando na verdade este tufão.

7


No tanto quanto pude pela vida
Acreditar na luz de uma alegria
E nisto novo tempo moldaria
A sorte que julgara já perdida,

E vendo o quanto tento e se lapida
No verso feito em brilho e na magia
Do tempo que traduz esta harmonia
Há tanto desejada e ora sentida,

Rondando qual falena a lua imensa
E sendo no final a recompensa
Na consciência plena em paz e sonho,

O tanto quanto pude e agora vejo
As sombras ardorosas do desejo
Aonde em tanta paz busco e componho.


Não tento caminhar sempre em vazios
Cenários turbulentos ou atrozes
Ouvindo da esperança suas vozes
Invado com ternura desafios,

E sei das alegrias nestes rios
E neles outros tantos mesmas fozes
Restando sem temor destes algozes
Os olhos que julgara mais sombrios,

Agora se aproxima de nós sonho
E vejo enquanto o canto recomponho
O tanto que pudera e mais se quis,

Pousando mansamente no teu colo,
O mundo aonde em paz e encanto assolo
Deixando o caminheiro enfim feliz.

9

Um riso francamente mais suave
Rondando cada sonho onde me dera
Tramando com firmeza a primavera
Sem nada que decerto ainda agrave

O passo libertário a sorte a nave
Enquanto se desenha o quanto espera
Gestando dentro da alma o que tempera
A vida sem saber onde se entrave,

Respondo com meu canto mais sutil,
E bebo da alegria onde se viu
O tanto desenhado em tom maior,

Estrada que me leve ao teu caminho
E nela vença o medo mais mesquinho
Decerto em pouco tempo eu sei de cor.


10


Na pequenina mão de quem se fez
A deusa em mais suprema dimensão
As horas se desenham desde então
E nisto o quanto vale a sensatez?

Meu rumo no teu rumo aonde o vês
Presume a mais completa direção
Dos dias que decerto me trarão
Ao fim de cada sonho a lucidez.

Vestindo esta emoção que não desbota,
A sorte mais feliz nega a derrota
E trama após o todo novo dia,

E sendo de tal forma esta beleza
Aonde a vida traça em tal surpresa
O quanto com certeza, enfim, queria.

11

Com sede e mil vontades de te ter
Vencendo cada passo em falso quando
Meu tempo no teu mundo transbordando
Presume qualquer forma de prazer,

Ainda quando possa amanhecer
E nisto novo tempo se moldando
Nas ânsias da esperança transformando
O tanto que pudera perceber,

Não vejo sequer queda aonde um dia
Vivesse com ternura em harmonia
O vento em concordância e lealdade

Depois de tanto quanto acreditei
A sorte sem destino onde entranhei
Traduz o sonho em paz que agora invade.


Em noite de carinhos, pleno amor
O tanto que te quis já se alimenta
Da sorte mais audaz ora sedenta
Do tempo feito em glória luz e cor,

E seja da maneira como for,
O canto em consonância me orienta
E gera após o caos, velha tormenta
A calmaria inteira ao meu dispor,

Vestindo esta emoção em primavera
No quanto uma ilusão agora espera
E transmitindo enfim o que mais queira,

A luta se anuncia sem bravata
E toda a sensação que ora constata
Expressa na alegria esta bandeira.


13


Rondando em nossa cama a claridade
Da lua que se fez deusa sem par
Pudesse nos teus braços mergulhar
E conceber enfim a liberdade,

O passo noutro rumo ora me invade
E gera o que tentasse desvendar
Após esta certeza a se mostrar
Mudando com certeza realidade,

Nefasta solidão do meu passado
E quando noutro rumo já me evado
Invado a sensação de ser feliz,

E sendo de tal forma impertinente
Ainda que se queira e mesmo tente
Meu canto traduzindo o quanto a quis.

Meu verso se aproxima do que um dia
Ainda quis decerto ter nas mãos
Cevando da esperança os tantos grãos
E neles percebendo a fantasia

E tanto quanto possa ou mais queria
Vestindo os dias antes duros vãos
Envolto na incerteza de tais nãos
Meu canto noutro canto se irradia,

Ecoa dentro da alma esta esperança
E quando na verdade a voz se lança
Após tanta loucura noutro fato,

O tempo sem temor agora vejo
E bebo em tua boca o meu desejo
Enquanto tanta luz em ti retrato.

15


Das chaves da ilusão em tom audaz
Apresentando em nós esta fartura
Enquanto o quanto quero se procura
O mundo se desenha pertinaz

E o tanto se aproxima enquanto traz
Bem mais do que pudesse em amargura
E o verso se desenha onde a ternura
Encontra firmemente o mundo em paz

Restando muito pouco do que um dia
Gerasse noutro encanto esta utopia
Audaciosamente agora já desnuda

Eu sigo sem temor o meu anseio
E brindo com meu passo o que ora veio
Tramando na verdade em clara ajuda.

Ousar nesta inocência de quem ama,
Tentando adivinhar outro momento
E quando na incerteza busco e tento
Viver o que se fez outrora em chama,

A luta quando invade e assim reclama
O tanto desenhado no tormento,
Presume no final o sofrimento
E disto se desfaz o velho drama,

Restauro com meu sonho o que deveras
Enfrente sem temor as tantas feras
E nada mais se faz além do enredo

Aonde cada passo determina
O quanto nesta luta cristalina
Transcende ao quanto possa e me concedo.

17


Pudesse ainda ter viva no olhar
Imagem de quem tanto desejei
E sei do meu passado e mergulhei
Aonde se apresenta o caminhar

Diverso do que tanto ao mergulhar
Nos ermos do cenário onde entranhei
Vagando sem sentido o que terei
Deixando para trás cada luar,

Não tento e não pudera ser diverso
Ao adentrar meu mundo onde perverso
Anseio dominasse esta emoção,

Restando muito pouco ou quase nada
A luta se desenha emaranhada
Nas tramas que deveras nos verão.

Os dias mais felizes que se vissem
No tanto quanto a vida me afirmasse
Deixando para trás o ledo impasse
E sei das emoções que não previssem

Ainda que meus erros dividissem
A vida noutro rumo em nova face
O manto se desvenda onde mostrasse
Em som diverso, e dores abstraíssem,

Marcar com harmonia o quanto quero
E sei de outro cenário mais sincero
Sentindo a profusão em sentimento,

E quando no final já nada vejo
Apenas o que tanto diz desejo
O mundo mais sutil agora invento.

19


A sorte não desabe noutro enredo
E sinto o meu caminho mais sutil
Efervescente mundo onde se viu
O amor que na verdade em paz concedo,

O tanto quanto possa em teu segredo
Pousar onde o momento que previu
Expresse o meu anseio mais gentil
E nele o tempo mostre desde cedo

A senda mais suave que apresenta
A vida após o caos, leda tormenta
Deixando no momento a solução

Que possa alimentar minha existência
E deste desenhar ao ter ciência
Momentos mais suaves se verão.

20

Em divagar por vezes se anuncia
A imensidão de um tempo que não veio,
E quando se apresenta sem rodeio
A senda mais suave em alegria,

O verso noutro verso se faria
E nisto o quanto possa em devaneio
Tentando acreditar e crer num meio
Aonde veja além da fantasia.

Meu verso em paz se molde e trace a sorte
Que tanto nos conceba e nos conforte
Sem prazo e sem temor, apenas sendo,

Depois de alguma sorte sem proveito
O quanto na verdade quero e aceito
E nisto esta emoção é dividendo.


21

Restando dentro da alma alguma luz
Embora a treva tome este cenário
O mundo possa ter no itinerário
Diverso o que deveras reproduz,

Marcando com ternura o que produz
Resumo meu anseio e qual corsário
Enfrento outro momento aonde é vário
O tempo sem ter tempo e nos seduz.

Esvaio dentro da alma o que não vira
Sangrando tão somente em tal mentira
E nada do que o dia anunciasse

Grassando no infinito deste sonho
E quando na verdade o que componho
Já não se mostraria em turva face.

Sequer eu poderia ainda ver
O sonho sem saber deste destino
E quando no final não me alucino
Encontro o quanto possa converter

No raro e mais suave amanhecer
Meu verso aonde em vão foi cristalino
O sonho mais audaz deste menino
E agora sem sentido a se perder,

No tanto quanto cabe dentro da alma
Apenas a certeza que me acalma
Presume novo rumo ou sensação,

Depois desta desdita feita em luta
A sorte sem temor algum reluta
E molda novos tempos desde então.


23


Sem luz em meu olhar que poderia
Vencer este horizonte mais sombrio
O amor se desvendando em desafio
Traçando além da sorte atroz e fria,

O risco de sonhar em fantasia
A luta sem sentido aonde eu crio
Meu verso noutro tom e em desvario
A porta no final não se abriria.

Invento cada passo e sei do fim,
Ainda que vivesse dentro em mim
O brilho inusitado da paixão

Meu passo sem destino e sem certeza
Marcando com terror, sou mera presa
E dela vejo a mesma ingratidão.


24


A luz onde pudera desvendar
Ainda o quanto é rude esta promessa
Ainda quando o mundo em vão tropeça
Ousando noutro tanto caminhar,

Encontro sem saber cada lugar
Enquanto a poesia se confessa
Marcando itinerário sem a pressa
Que tanto nos permita desenhar

O mundo mais audaz e nele o quanto
Ainda se aproxime em raro encanto
Enfrentaria apenas o que tento

Depois de comungar mesma vontade
O tanto que se mostre em liberdade
Expressa a imensidão de um forte vento.


Moldasse novo rumo aonde o tanto
Que quis já não coubera ou me servisse
A vida se presume em tal crendice
E vejo o quanto possa e não garanto

Sequer o dia claro aonde espanto
A solidão e mesmo que se visse
A noite enluarada não previsse
Talvez o que iludisse o velho pranto,

Marcante caminhada rumo ao mundo
Diverso do que tento e se aprofundo
Meu passo não traria novo passo,

E quando na verdade nada veio
Apenas o vazio ora rodeio
Enquanto cada sonho ora desfaço.


26


Enleios onde a vida poderia
Trazer algum momento feito em luz
E quanto mais do nada se produz
A sorte se desenha amarga e fria,

Ouvindo da esperança a melodia
E tendo nos meus olhos o que faz jus
A quem se procurasse e reproduz
O verso aonde o tanto se queria,

Não vejo outro momento em tom atroz
E sigo meu alento e logo após
Cruzar os desenredos da esperança

A sorte mais sutil se aproximando
De um tempo aonde o todo mostra quando
A senda mais feliz meu passo alcança.


As rosas da clemência em tom suave
O tempo em mais diversa sensação
Marcando com meu sonho desde então
Ainda que o cenário não se agrave,

Uma expressão gentil aonde entrave
Não deixe que se veja a dimensão
Dos dias mais felizes que verão
A luta sem saber da velha trave,

Aprendo com enganos e prossigo
Tentando acreditar em novo abrigo
Aonde na verdade nada houvera

Senão a sensação do que viria
Marcando com ternura a fantasia
Apascentando enfim a dura fera.

As neves sobre os montes do passado
E neles andarilhos sonhos vão,
E nisto a dolorida direção
Enquanto num momento agora invado

O risco sem sentido e desenhado
Nas tramas mais doridas, solidão,
Vencendo a tormentosa ingratidão
E bebo o quanto possa desenhado

Apresentando o rumo que se visse
Marcando com anseio após mesmice
O mundo em novo brilho, claramente

E tanto quanto possa e se desnuda
A sorte mesmo tenta sendo aguda
Beber o que nos toca corpo e mente.

29

Brotasse dentro da alma uma esperança
Pousando mansamente no meu peito
E sei do que pudera e mesmo aceito
Enquanto o tempo além domina e avança

Deixando no passado esta criança
Que tanto te deseja e de tal jeito
Encontra este caminho contrafeito
Marcado pelas ânsias da lembrança.

Amar e ser feliz, coincidência?
A vida se mostrando em eloquencia
Envolve cada dia quem sonhara,

Não tento desvendar qualquer mistério
E sei da solidão vago minério
Tornando a vida dura e sempre amara.

30


Um brilho mesmo estranho presumisse
O tanto desenhado noutro espaço
E quando o meu anseio em ti eu traço
O todo noutro passo resumisse,

Desvendo qualquer sonho e sem crendice
O mundo que deveras fora escasso
Atando com ternura cada laço
Expressa o que por certo ora se visse.

Não tento acreditar no que não veio
E sigo o que pudera sem receio
Depois desta incerteza mais fugaz,

A luta se anuncia em ritmo audaz
E quando na verdade a luz anseio
Eu busco tão somente a velha paz...




31

Não valeria o sonho de quem tenta
Vencer a imensidão sem ter apoio
E sei que na verdade sendo o joio
Enfrentarei decerto esta tormenta

A vida quando em vida ora se inventa
E segue passo a passo este comboio
E nisto o quanto tente em novo arroio
Presume nova sorte e se apascenta,

Depois do caminhar em tempestade
Apresentar o rumo onde se evade
A sorte mais feliz e com certeza,

Depositando o sonho nos teus braços
Após o desejar em novos passos
O mundo com delírio e em tal firmeza.


Apresso meu anseio e busco após
A senda inusitada um rumo enquanto
O todo se anuncia onde eu garanto
Certeza mais audaz e nada atroz,

Meu canto se desenha e mais feroz
A luta se aproxima em desencanto
E bebo do infinito e me adianto
Vencendo o quanto reste em nova foz,

Resplandecente sonho em libertário
Momento aonde venço itinerário
Diverso do que tanto quero e possa,

Esta certeza toma cada instante
E o verso na verdade me garante
A imensa sensação da sorte nossa.

Não tento acreditar na fúria vaga
E sei do quanto possa em novo tom,
A luta desvendando o quanto é bom
Meu mundo quando agora em ti divaga,

A sorte desvendando cada adaga
O manto recoberto no neon
Aonde uma esperança fora dom
E a vida não realça a velha chaga,

Apenas o que possa ser assim,
Vivendo a plenitude dentro em mim,
E nisto o meu anseio se promete

No tom onde a verdade sobressai
O verso na verdade não mais trai
Quem tanto quis e em luzes se acomete.

Não quis e nem pudera acreditar
Nas tramas mais audazes de quem sonha
E a vida que se mostre ora enfadonha
Encontra na esperança onde vagar,

E bebo cada passo devagar
E tramo o que deveras traz e ponha
A noite quando o verso ora se enfronha
Vagando pelas ânsias de um luar,

Não quero e não teria melhor sorte
Se não tivesse a luz que me conforte
E gere depois disso este momento

Aonde em tom suave sigo em frente
E quanto mais a sorte se apresente
E nisto novo rumo agora invento.


35

Encontro os meus sinais e volto a crer
No mundo aonde o tempo tem a sorte
De quem noutro caminho mal conforte
O passo sem sentido a se prever,

E quando se quisesse amanhecer
Depois da sensação do imenso corte
E nada aonde possa e se suporte
Aporte meu momento num prazer,

Respaldos tão diversos verso e luz
Aonde na verdade o que conduz
Expressará tormento e no indigente

Astuciosamente quedo e sigo
O mundo aonde vejo o desabrigo
E nele todo o canto ora se ausente.

36


Arcar com o que seja desengano
E crer noutro momento aonde a vida
Pudesse desejar nova saída
Mudando com certeza o velho plano

E sei do quanto possa e não me ufano
Vencido pela sorte distraída
Jogado sobre o vão em despedida,
O lento caminhar expressa o dano,

Não tento mais ousar em novo passo
E vejo o meu anseio e sei do escasso
Cenário feito em glória ou mesmo em paz,

Do tanto que se fez em primavera
Apenas o cenário destempera
E gera o quanto possa mais audaz.



Negar alguma trilha e crer no fato
Aonde o que se mostre seja além
Do pouco enquanto o tanto que se tem
Traduz a ingratidão que ora constato,

Marcando o que pudera e não resgato
Sequer o que em verdade nunca vem
Deixando para trás o olhar de alguém
E nisto o meu anseio não retrato,

Efervescência dita o quanto pude
Vencer e crer na sorte em plenitude
Depois de cada engano simplesmente

Não tento acreditar no que não veio
E vivo o dia a dia sem receio
Do tanto que deveras volta e mente.

Jogar a sorte aonde nada vinha
Somente a mesma imagem sem reflexo
Do tempo que perdera e quando em nexo
A luta se desenha agora é minha

E sei da mesma face mais daninha
E nisto o meu anseio mais complexo
Traduz o quanto pude e sei do anexo
Momento sem certeza onde se alinha

A marca mais sutil e mesmo rude
De quem se mostra aquém da plenitude
Vencido pelo caos e nada veio,

Somente o que se visse após o fardo
E quando na verdade ora retardo
Meu passo se mostrasse sempre alheio.

39



Bebendo em tua boca esta emoção
Diversa da que tanto quis um dia
Vencido pelo caos onde traria
As sombras desta espúria indecisão,

Os tempos noutros tantos moldarão
O verso que deveras tenta e adia
A vida sem saber da hipocrisia
E nisto deixo além a solidão,

Apenas resultando no vazio
Aonde cada sonho eu desafio
Vestindo a mesma face do passado,

No caos que se desenha no horizonte
E nisto na verdade o que se aponte
Não deixa sequer sombra e já me evado.

40


Restando do passado a sombra quando
O verso se anuncia e traz o fim
Deixando apodrecer velho jardim
Enquanto a flor presumo desfolhando

O tempo sem sentido destroçando
O tanto quanto trago vivo em mim
E bebo da esperança até que assim
Esteja noutro rumo desabando.

Um vórtice se molda e vejo apenas
Aonde com certeza me envenenas
Matando o que inda fosse fantasia,

A senda se desvenda em lenda e medo
E tendo no final o desenredo
Apenas o que resta em nós veria...



41


Não quero acreditar no que se veja
Ainda quando a sorte se faz tanta
E nisto este cenário se garanta
A luta inusitada onde se almeja

Imensidade feita em benfazeja
Vontade que deveras me agiganta
E marque com ternura e nos levanta
Além do quanto possa e sempre seja

A vida sem proveito ou mesmo quando
O tempo noutro rumo se tomando
Vagando contra a fúria que não veio

Tramando sem sentido a fantasia
E todo o meu momento onde queria
Expressa outra emoção e sem receio.


E sinto o meu anseio sem temores
E seja como for nada mais tento
Somente o meu anseio e desatento
Mergulho sem saber por onde fores,

E tento acreditar noutros albores
E beijo a solidão mero tormento,
Porém se deste amor eu me alimento
Estendo o meu olhar em belas flores.

Não vejo qualquer luz onde se creia
Tramando muito mais e a lua cheia
Derrama cada raio sobre nós

E tanto quanto pude imaginar
Viceja esta esperança a se mostrar
Aonde o meu caminho expande a voz.


43

Não tento perceber outro cenário
Senão aquele mesmo do passado
Aonde com firmeza se me evado
Enfrento o dia em manso itinerário,

Vencer o que pudera imaginário
E crer noutro momento em tal enfado
Restando dentro da alma o desolado
Caminho tantas vezes temerário.

Não posso e não possuo algum alento
E tanto quanto possa busco e tento
Após a plenitude deste verso

Ousar acreditar no meu anseio
E quando esta ilusão deveras veio
O sonho mais feliz ora disperso.


Não tendo novo tempo a não ser este
O quanto deste encanto se fez nosso
E quando do infinito em ti me aposso
Vivendo o que deveras convenceste,

Meu rumo no teu rumo percebeste
Vagando sem temor aonde posso
Viceja esta esperança e sem destroço
Meu canto no teu sonho concebeste,

Restando da esperança o tom suave
E nada com certeza; trame a trave
Ou deixe minha vida assim exposta,

E prazerosamente vejo em nós
A vida sem saber do quanto após
Espero sem sentido uma resposta.

Não tento acreditar noutro momento
E sei do quanto pude e não viera
Somente a solidão, velha quimera
Inebriada estância em desalento,

E quando na verdade eu busco e tento
Saber da imensidão da longa espera
A sorte desenhando em primavera
Audaciosamente traça o vento,

E sinto o quanto pude e mesmo quis
Vestindo o meu anseio, um aprendiz
Jogado pelas pedras sem defesa

E nisto farto amor se tentaria
Marcar com os anseios da alegria
Vencendo do temor tal correnteza.

46


Atravessando as ruas do passado
Apenas se entranhando no vazio
Aonde cada instante desafio
O tempo noutro tanto desprezado,

Numa avidez sem rumo, desejado
Somente o que se faz em desvario,
Invado e penetrando em manso rio
O tanto quanto quero e não me evado,

Expressamente sonho e se este anseio
Enfrenta o quanto possa e não rodeio
Deixando para trás cada momento

E nisto quando insisto vejo a paz
E nela o que deveras já se faz
Apenas dita o tanto quanto tento.


Acreditar na luz que nos tomando
Invade cada verso e traz o brilho
Aonde no passado este andarilho
Apenas se mostrara mais infando,

Agora se apresenta desde quando
O passo onde se tente em novo trilho
Vencer este temor e se me pilho
Somente na esperança agora ousando,

Encontro esta certeza e quero além
Do quanto sem temor a vida tem
E marca com ternura o que se via

Deixando com firmeza o dia em paz
E neste caminhar o quanto faz
Presume muito mais que a fantasia.


48


Marcantes emoções a vida trama
E deixa que se veja muito mais
Que meros e diversos temporais
Traçando com ternura a imensa chama

E o verso se anuncia além do drama
E navegando em raros rituais
Expresso o desejar e sem jamais
Ousar no que em verdade não mais clama,

Encontro a concordância aonde um dia
O tempo noutro caos não moldaria
Sequer o verso feito em esperança

Restando de meu mundo apenas sombra,
Nem mesmo uma saudade agora assombra
Enquanto no futuro o passo avança.

49

Negar alguma luz e ter no olhar
Apenas o vazio e nada além
Do quanto na verdade mais convém
A quem se desejara sempre amar,

O verso com sublime desenhar
O tanto quanto possa e sem ninguém
Que trace tão somente este desdém
Gerando novo dia par em par,

O manto mais sublime da esperança
Enquanto o caminhar além avança
Espera qualquer tom em liberdade,

Pulsando dentro da alma o que liberte
A sorte mais feliz ainda acerte
O verso em mais completa claridade.


50

Negar qualquer acesso ao que deveras
Pudesse nos tramar nova emoção
Eu sei dos dias tantos que virão
Expondo o coração às rudes feras,

E sei do que pudesse e destemperas
Ousando noutra imensa dimensão
E sei das acres ânsias desde então
Marcando os meus momentos vis quimeras,

E nada do que possa em tom sublime
Gerando mo que de fato nos redime
Presume no final esta nobreza

E nisto tanto amor se vestiria
Além da mera luz da fantasia
Da clara mansidão em fortaleza.
 
Autor
MARCOSLOURES
 
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