As vezes penso na grandeza da nossa vida,
Na capacidade quase infinita da nossa mente,
Na versatilidade e da perfeição do nosso corpo,
E do tamanho imensurável das nossas vontades.
Noutras vezes, reflito sobre a nossa insignificância,
Diante da vastidão desse mundo em que vivemos,
Menor ainda se olharmos o nosso planeta vagando,
Solto no infinito mundo sobre o qual pouco sabemos.
As vezes me imagino olhando o mundo do cosmo,
Tentando localizar um ser poderoso aqui na terra,
Ver o seu tamanho, sua significância, seu poder,
E não vejo nenhuma diferença, apenas mais um ser.
E fico triste, pensativo, até com remorso por nós,
Homens pequenos, seres diminutos diante do planeta,
Quase apenas pontos microscópios diante do mundo,
E tantos com tanta arrogância, pedância e ganância.
E penso, penso, buscando lógica na diversidade,
Nas diferenças sociais, na desigualdade de direitos,
Na exploração de uns por outros, tão iguais no mundo,
E tão distintos na grandeza da ganância e do poder.
Volto a me imaginar olhando o mundo lá do alto,
Vejo tantos seres humanos semelhantes na fragilidade,
Mas tão diverso na consciência e na irmandade,
Tão disforme num mundo que é igualmente de todos.
E penso que mesmo diante da grandeza da nossa vida,
Da capacidade do nosso pensar e do nosso refletir,
Da perfeição do nosso corpo e dos nossos sentimentos,
Não enxergamos os malefícios da ganância que nos acomete,
Ignorando a necessidade de nos unirmos nessa frágil semelhança.