Terra!
Quem te fez sofrer assím?
Quem abalou teus humores
para buscares o teu fim?
Se da vida a vaga levas
entre pavor, convulção e dores
que vezo este, expressivo
de fluir e refluir horrores?
Do vulcão o resfolegar
de lavas a descer
coleando a montanha,
demostrando ira tamanha
em seu derramar convulsivo!
Terra!
Abriste do céu a comporta
e nm assomo de ódio e vingança,
sobre teus filhos ora avanças,
contá-los já pouco te importa.
Se não os mataste de sede
sob o sol abrasador,
leva-os sem barco ou rede
aos borbotões do teu pranto
a afoga-los pelas ruas, pelas
praças e proprio canto
já sem teto e sem parede.
Terra!
Demonstraste tua dor
a torcer-te em terremotos,
com tsunamis e maremotos,
numa demonstração insana,
pela ingratidão humana.
Terra!
fizeste-nos lembrar
que és nossa casa,
nosso berço, nossa mãe
e nosso ninho.
Reclamas assim todo o carinho
que não soubemos te dar.
Pelos filhos que perdemos
pela mágoa incalculável
que nos fere o coração,
contritos e submissos,
aguardamos o teu perdão.