A rua era o ponto de passagem para a outra margem. Era na rua que se encontrava a sua sede de ser gente e ver gente e de se tornar ainda mais gente. Caminhava só com o olhar posto num céu sem cor, bastavam-lhe uns olhos; ora em tom verde, ora em tom azul transparentes como se de dentro deles se pudesse ver o mundo. Este, era para ele a única via possível de se encontrar num fundo inexistente mas que sabia que existia, por tão verdade ser a fundura dos seus olhos verdes cor de esmeralda. Assim os vi com o meu olhar, baço como ele o vê por tão verdade ser a minha visão sobre a que fez outrora de um mundo que o acolheu sem cair na desgraça de se perder no castanho escuro que lhes toma a forma. Sei-o neste canto onde mora a minha sede de o beber a cada minuto, de o ter a cada segundo, na minha boca, no meu corpo enquanto vida a pulsar-lhe nos braços. Sei-o porque quero sabê-lo perto, da minha alma, e da verdade enigmática do meu jeito enquanto passagem para uma real certeza de que há um fundo invisível no meu imaginário e ele um fundo com certezas de novas conquistas enchendo um vazio para lá de um céu sem cor.