Não há o que detenha o avanço
das teias do tempo n’alma.
Teus atos, experiências,
amores, ofícios, reixas,
torcem, distorcem as teias
do tempo que tudo empalma.
Empalma os rastros que deixas
ao mar, no ar, nas areias...
Sutil, em suas cadências,
aranhas mil têm o tempo
a entretecer suas teias...
Dispersam os teus afetos.
Matam os sonhos que enfeixas.
Ai, nada detém o avanço
do tempo em nossas madeixas...
Mas, é preciso te afastes
de vez da porta ilusória
do labirinto das queixas.
As teias sutis do tempo
não atinjam tua essência,
quanto esses rastros que deixas.
Poema de Sergio Sersank (Do livro "Estado de Espírito")
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