Permanece um oceano
Pendente
Neste sentir transfigurado
Onde amargura se compadece
Acontece um caminho inerte
Saliente
Neste meio tresmalhado
Que porventura desfalece
Prisão de tanto espírito
Prepotente
Pelo pendor alienado
Onde a desordem prevalece
Tanto o fel que nos entranha
Dolente
Sem rasteio avaliado
Que porventura nos esmorece
O hábito dum lugar passageiro
Recorrente
Sem mácula enumerado
Onde o poder se enriquece
A razão que ninguém ousa
Desmente
O regurgitar frustrado
Que porventura nos fenece
Há um ultraje da prepotência
Em sentido figurado
Num misto de conveniência
Por nunca ultrapassado
Que nos espolia o sentido
De uma sólida vivência
Aumentando todo o prurido
Nesta mórbida incompetência
António MR Martins
2011.13.03
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...