Dentro desse trem, vejo a vida passar
São tantas horas paradas
Gritos de quem quer vender alguma coisa
Ninguém me olha e eu não olho pra ninguém.
Olho para os lados e nada chama minha atenção
É tão sujo é tão parado
Todos com olhos de ser assustado
Assustados com a vida.
E o trem volta a andar.
Um homem, assustado com um homem,
Que esta assustado comigo
Obrigado vida por Ter deixado eu entrar nesse trem.
E os caras gritam querendo vender alguma coisa
Olha-se o chão sujo, estou com sono
Mas se dormir é certo que podem me roubar
Então escrevo e me mantenho acordado
Alguns conseguem dormir pois sabem que
Pois acreditam que não há nada pra se levar nesta vida.
Trem esvaziou, mas continua a balançar
Eu posso parar de escrever a qualquer momento
Pôs já esta próximo da minha estação
Então já vou me despedir, adeus
Pichações fazem a decoração, as portas mal se fecham
E todos fechados no trem com medo de conversar
Penso na vida (nas vidas), neles, nela
Penso no que eles devem estar pensando
Na vida, na sorte, no amor, no jogo de ontem
Na manha passada, sei lá...
Prefiro pensar que não tenho que pensar em nada.
Vamos Unir nossos Poderes
Poema 1995 escrito para o Primeiro Grande Cader da Sabedoria (kkk) A Era de Estupicio