Eu e tu,
Furtivos em nosso inconfesso prazer
sozinhos no abandono bruto de querer
vivendo no limite do ilimitado intermédio
da gostosa loucura perversa e sem remédio.
eu e tu ,
nos saturnais desejos incontidos
nas alucinantes e depravadas devassidões
nos segredos bradados em nossos ouvidos
desatinos confluídos á margem das razões.
Eu e tu ,
amantes de metáforas devassas
vagabundos sórdidos de sutis trapaças
amortalhados no risco das directrizes
os errantes perdidamente felizes.
Eu e tu,
no nosso amor delicadamente bandido
no nosso correr perigo
na nossa desembestada corrida
por prazer, pela vida.