Parem!
Parem ó negras vozes
Que fazem delirar
Ergueram meu destino
Como quem ergue bandeiras
Contra o vento eu estou
E vou...
Voo por tantos sóis
Voo por tantas luas
Fico triste
Quando vêm a chuva
E eu,
O elo perdido
Sou quem nunca conheceram
Morro agora por que no fim
Já não morro!
Solidão
Incenso de pura amargura
Me mata e me tortura
Como alguém que me degola
Ai morrer outrora
Sem ninguém para me vestir
Para me dar a mortalha
Sem vida para me deprimir
Soluços que me rasgam
Na incerteza amargurada
Eu já tudo
Quando agora sou nada!
Ó gritos parem já
Já ouvi que me chegue
Vou partir
Sem ninguém
Ai, vou mesmo,
Adeus!
Triste sina a minha
Mal fadada sorte
Este meu viver
Procurando sempre a morte.
Vozes que me assobiam
Deixem lá de sussurrar
Pois em breve
Convosco me irei juntar...
Pedro Carregal