Poemas : 

Minha Briga com Lampião

 

Minha Briga com Lampião!

Vou dormir na estrada,
Tá um calor danado
No Sertão, não chove nada
O povo está todo acabado!

Não tenho aonde ir
Nem o que comer
Cabra macho que sou
O jeito é da seca fugir.
- Aqui não vou morrer!

Tou dormindo na estrada
Com uma fome danada,
Sendo acordado com um barulho
Da tropa de Lampião desembestada.

Não tenho tempo de correr
Nem tempo de rezar,
Lampião cabra arretado me pegou
Estou lascado!
O jeito era peitar...

Me empurrou com um solavanco
Para ver se eu me arranco,
Falando que ia me pendurar numa corda
Por um pedaço meu em cada canto.

Mandou eu pedir para não morrer
para começar a correr,
Cabra macho da gota que sou
Disse que não fujo e fico onde estou.

Ele mandou um pelego dele
me cortar a língua e pendurar num pé-de-pau
Eu disse que cabra macho morre inteiro
Que derroto um por um
Até não sobrar nenhum!

O Lampião do Sertão
Me testou e jogou três "cabras" em minha mão
Três, quatro, cortei então.

Veio então o "cabra" Lampião
Com uma raiva espumante,
Brigamos com faca e facão
Horas debaixo de uma lua minguante.

Eu não tenho mais forças
Ele começou a me sangrar todo arrogante
Sentindo toda dor do mundo ...
Ele de repente falou que ia me poupar.

"Cabra" macho que nem este
Não deve morrer e nem sangrar
Mas do meu bando formar.




Marcelo de Oliveira Souza,IwA
Dr. Honoris Causa em Literatura
site: www.poesiassemfronteiras.no.comunidades.net - Concurso Literário
blog: http://marceloescritor2.blogspot.com
Instagram: @marceloescritor2



Minha Briga com Lampião!

Vou dormir na estrada,
Tá um calor danado
No Sertão, não chove nada
O povo está todo acabado!

Não tenho aonde ir
Nem o que comer
Cabra macho que sou
O jeito é da seca fugir.
- Aqui não vou morrer!

Tou dormindo na estrada
Com uma fome danada,
Sendo acordado com um barulho
Da tropa de Lampião desembestada.

Não tenho tempo de correr
Nem tempo de rezar,
Lampião cabra arretado me pegou
Estou lascado!
O jeito era peitar...

Me empurrou com um solavanco
Para ver se eu me arranco,
Falando que ia me pendurar numa corda
Por um pedaço meu em cada canto.

Mandou eu pedir para não morrer
para começar a correr,
Cabra macho da gota que sou
Disse que não fujo e fico onde estou.

Ele mandou um pelego dele
me cortar a língua e pendurar num pé-de-pau
Eu disse que cabra macho morre inteiro
Que derroto um por um
Até não sobrar nenhum!

O Lampião do Sertão
Me testou e jogou três "cabras" em minha mão
Três, quatro, cortei então.

Veio então o "cabra" Lampião
Com uma raiva espumante,
Brigamos com faca e facão
Horas debaixo de uma lua minguante.

Eu não tenho mais forças
Ele começou a me sangrar todo arrogante
Sentindo toda dor do mundo ...
Ele de repente falou que ia me poupar.

"Cabra" macho que nem este
Não deve morrer e nem sangrar
Mas do meu bando formar.


Marcelo de Oliveira Souza
 
Autor
marcelooso
 
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