Rasga-se uma ponte
Desaparece a ligação
Que liga duas aldeias num caminho
Perde-se um acesso
Perde-se um coração
Perdem-se vidas que se apagam
Sem que fosse para isso programadas
Entre-os-rios passa uma ponte
Que liga duas almas numa vida
Que arrasta em cada lado meio monte
Que me separa sem medida
De um local em pequeno muito visitado
De alguém que me viu sempre crescer
De uma aldeia que de pequeno nome chamado
Alguma tristeza me faz ter
Pelos postes pelo homem feitos
Sem segurança nem visionamento
Destaca-se esta tragédia
Mortifera sem consentimento
Flávio Miguel Pereira, poeta
Pequeno poema sobre a tragédia de entre-os-rios de março de 2001