Poemas -> Reflexão : 

NAS RUAS ESTREITAS DA VIDA

 
Nas ruas estreitas da vida
consumida
por egoísmos e autismos,
vai o vagabundo
de olhos rasos de água,
percorrendo seu pequeno
mundo,
calcorreando a vil mágoa.

Cristo na Cruz duma cidade
sem idade,
o ideário é o longo calvário
que ele enfrenta,
na diferença dos demais,
que o empurram pr'aquilo
que representa,
o figurar-se com os animais.

Maldito povo, arrogante,
humilhante,
co seus entes presentes,
fazem do pudor,
a sua dissemelhança fútil
e nascem os loucos na rua,
sem terem amor,
fingindo-se de algo inútil.

Alguém quer abusar de ti,
assim
sem longas nem delongas,
cuspindo na parede,
toda a sua sobranceria vã,
falta de solidariedade útil,
lançando a rede
ao errante e à nada manhã.

E o vagabundo dobrado,
entrecortado,
não vê a horizonte o monte
escolhido,
para ser livre novamente,
longe bem longe do Homem,
espargido
pelo Verso, unanimemente.

Jorge Humberto
06/03/11

 
Autor
jorgehumberto
 
Texto
Data
Leituras
1052
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 06/03/2011 17:54  Atualizado: 06/03/2011 17:54
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: NAS RUAS ESTREITAS DA VIDA
Jorge,
Este poema está maravilhoso. A identidade una e livre do mendigo que nada tem, mas nunca perdeu a sua essência.
Beijo
Nanda