Meu mar agora esta calmo
E não me traga esse seu dilúvio
Nada tenho com ele
Nesse embalo
Minhas águas calmas
Ao sopro do vento
Não traga suas tempestades
Essas palavras que acreditei
E nada mais eram que o inverso das verdades
Não me traga promessas
Contaminadas minhas águas
Demorei a renascer
A curar
A trazer ate mim águas cristalinas
Não me traga dunas ofuscadas
Não me traga nuvens paradas
Me traga o sol
Me traga o barulho do mar
Não me entregue sonhos
Ao eterno
De peito em blusa transparente
No inverno sim!!
Eu para mim, sem dizer
Só mesmo a mim
Sim, continuo carente!
Em fogueira ardente
Que não se quer apagar
Na recolha da areia
Que o mar não mais quer beijar
De noite em noite
Saltando de lua em lua
Eu já me perdi
Quando te quis olhar
Não me tragas essa lua
Nem sequer tem luar!!
Não me tragas intempéries
Nem me causes danos
Tenho minhas quimeras
Ainda te traço planos
Te envio cartas
Em letras de pequenos segredos
Não aguardo resposta
Pois sempre a tive
O silêncio
O silêncio na solidão
Para que ter que sofrer?
Quando só se quer amar!
Serei eu apenas razão que atrapalha?
O coração verdadeiro
O palhaço que devia sair de nos
Aquela menina das tranças que sorria correndo ao vento
o menino com seu pião rolando no chão
O primeiro beijo ao raiar do sol
Na cavalgada das valquírias
Eu apenas lhe direi
Você e minha menina de tranças em corpo de mulher
E eu apenas um menino do pião
As palavras voam como o pensamento jamais ousou tentar... os sentimentos fluem entre calmarias e vendavais... a razão recolhida e guardada
Guardada a sete chaves
Para não mais incomodar
Apenas sentir
E falar
Sentir
Sentir desejar
O tempo nos é escasso
Como agua não consigo retê-lo
Esvai-se pelos dedos
Teimoso
Dizendo-me que logo não estarei mais aqui
Nem tu ali
Guarda algumas gotas em seu peito
Não me perca na imensidão da água.....