Gestos delicados, voz eloquente
e de predicados muito elegantes,
do teu ventre Mulher, tremente,
nascem os seres, inda ofegantes.
Choras e ris, ao veres o teu filho;
vêm os cheiros, o conhecimento,
e logo em ti para ele traças trilho,
caminho, na hora do nascimento.
Cuidas dele, do esposo e trabalho,
co uma força, que ainda te negam,
julgando-te carta, fora do baralho,
que com a tua feminilidade cegam.
Claro; que gostas de te sentir linda,
e que os outros a ti te envaideçam,
mas já não és servil e tens mui inda,
o que combater: não te esqueçam!
Jorge Humberto
05/03/11