Digam aos hipócritas sobre as pernas da mentira
Aos demagogos digam em que monta o castigo,
Façamos ao menos lembrarem dos bumerangues,
Que a aparência não engana os olhos da consciência.
Espalhemos aos cantos que a felicidade é palpável,
Mesmo com algibeiras vazias e a barriga roncando,
Que dinheiro compra sim tudo que está a venda,
Compra também a desavença que continua de graça.
Aos demagogos, hipócritas, avarentos e outros vis,
Leiam o aviso estampado na porta do recanto do saber,
Saibam que a inteligência não tem preço nem rótulo,
Mas pode ser seqüestrada por conta da simulação.
Digam ao mundo que a verdade prevalecerá afinal,
Impossível aviltar a multidão e o tempo que é sábio,
Mesmo que os bobos fraquejem a mercê da hipocrisia,
Os travesseiros desvendam o “eu” e a sua reflexão.
Os caminhos têm margens quase sempre em lama,
Para onde os ventos sopram toda sujeira largada,
E as águas sujas que correm pelas sarjetas medíocres,
Jamais limparão mãos imundas de insistente malefício.