Meu tempo decifrando este vazio
Porquanto a própria vida sonegasse
O quanto se traduz e noutra face
Revejo cada verso que hoje crio,
O céu se anunciando mais sombrio
O vento noutro tanto mergulhasse
Gerando o que se queira e já se trace
Tornando o coração, velho vadio.
E brindo com meus sonhos, poesia
Que tantas vezes queira ou poderia
Vencer o medo atroz em dor e tédio,
Buscando algum alento sem proveito
O quanto ainda tento; eu bebo e aceito
A vida já sabendo sem remédio...