Encontro me já no meu mundo negro e encoberto
O mesmo que aqui há uns tempos era límpido e de céu sempre aberto
E vejo tudo que nós deixamos para trás
A muralha que nos protegia do vil deserto
Está agora prostrada pelo chão e de areia está tudo coberto
Só se encontrando agora as coisas que nós considerávamos de más
Nosso poço de água cristalina e pura
Com aquela água que para a minha sede de viver fizestes tu uma cura
Encontrando se agora seco e árido por dentro
Tal e qual está também o meu coração que recusa todo e qualquer sentimento
Nem ódio nem raiva, nem mágoa ou algo mais que eu nem saiba
Nada habita mais dentro dele, já se encontra tão machucado
Que já nem lhe vejo a pele, o mesmo coração que te amou a todo o momento
É em tudo um mundo já por si falido
Pelas suas falsas recordações também ele esquecido
E em nada lhe vejo motivo para de novo nele entrar
O teu templo que te fiz a ti já se encontra fechado
Outrora cheio de vida e agora para sempre abandonado
E procuro a chave por mim escondida,
a mesma que nunca pensei em usar na minha vida
a chave para tudo atrás de mim também eu encerrar