Não é o estar sozinho que me preenche de solidão!
É o gostar de ti, e saber que não sou correspondido,
É o te querer, e não me sentir o minimo arrependido,
É ver-te em cada sonho, como miragem ou ilusão...
Estremeço ao mais simples toque da tua mão,
Mesmo que em sonho... Ficou o sentimento despido
Ao contratempo, se o que sinto à muito foi respondido
Por entre a folha vazia e intrépida de uma qualquer razão...
Afastada te mantens, para assim ver enfim
Que sempre ficarás gravada como o tal desatino!
Sei então que o puro sentimento é também assassino,
Enquanto se foi assim auto escrevendo o destino
Longe do que sou para ti e em mim
Incoerente à alma, morro nos sentidos e fico afim...
Paulo Alves