Poemas : 

Uma ida ao baile

 
Cheguei um dia ao baile
Pela hora pouca gente
Uma menina com xaile
Pela porta um aparecer de gente

Domingo à tarde
Esse referido dia
Com média luz de verdade
Parecia que me escondia.

Esconder-me de alguém
No sentido de não a convidar
Bateu-me nas costas, alguém
Comigo vais dançar.

Dançando uma musica sensual
O seu corpo encaixado no meu
Guiando-a um meio usual
De ela se sentir como eu.

Corpos coladinhos
Um transpirar saudável
Coradinhos
Momento agradável.

A força corporal
Que exercemos durante a dança
Um acto temporal
De te convidar para outra dança.

De uma dançamos outra
Enquanto dançamos
Passos certos e outra
Vendo como dançamos.

Não esperei por outra altura
Um lavar de mãos na casa de banho
Nela senti uma soltura
Perante ela não me senti estranho.

O seu corpo se revelando
Num rodar de salão
No meu ouvido falando
Passando eu essa situação.

Não te conheço
Não te tenho visto por aqui
Quando posso apareço
Tenho andado fora daqui.

Entretanto o baile contínuo me alertou
Naquela escuridão vou reconhecendo
Alguém importante chegou
A próxima dança concedendo.

Aí dancei várias músicas com ela
Nos seus olhos disse-lhe com certo ar
Por gostar de dançar com ela
Altura certa de poder descansar.

As horas vão passando
Vou resistindo
Continuo dançando
Outras pessoas vão saindo.

Ao fim de seis horas de dança
Ficam os resistentes
Entre uma e outra dança
Entre pares um rir de dentes.

Razão muito simples e agora
Ninguém está com vontade
De ir embora
Quem toca e canta decide de sua vontade.


 
Autor
Luisparreira
 
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