Se na prática
não há diferença
entre o eu e o objeto,
se sou das coisas o mesmo
em quântica inefável
se sou pedra e ar...
Mas há nisso desespero:
ser todas as coisas -
e nenhuma!
Pois se fria e calculadamente
sou o dentro e o fora imoderados,
poeticamente
abraçadamente
há sim uma linha esgazeada
que me permite um nome entre nomes...
aquilo mutável
vulnerável mas feroz
que subsiste em mim
de toda adaptação
-aquilo que define
esta pele que chamo minha
aquilo que a separa
de uma e outra peles:
não é científico...
a fronteira...
é poesia,
pura e salgada
criação poética...