Inda sinto o aroma do bolo
Que assaste naquelas manhãs de verão...
Aquele odor, doloroso consolo!
Foi tudo o que deixaste à minha solidão...
Sobre o bolo, fluía o açúcar,
Como o pólen que as abelhas desejavam...
Fluía refinado, a procurar!
As saudades que em mim já glaceravam...
Na fôrma de um coração magoado,
Bem deixaste assar,
Todas minhas desesperanças do passado...
E do bolo que para mim foi assado,
Inda paira no ar
Um odor tão dolorosamente assombrado...
(® tanatus - 24/02/2011)