A pequena estátua lança sua sombra
degraus acima;
torna-se maior conforme se vai
aproximando da janela aberta para o
sol, que entra
no sótão sem pedir licença nem espaço.
O sótão está repleto de objectos antigos
numa miscelânea,
que vai de quadros, com pregos nas
paredes, a vasos de porcelana e velhos
baús, de couro curtido,
já gastos plas muitas viagens realizadas.
Bonecas de vestidos rasgados, pálidas
e sujas, descansam
ao acaso no chão empoeirado do
soalho, de madeira antiga, que range
mal se pisa nele,
abrindo púrpuras cortinas com pinturas.
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Descendo à sala, usando o corrimão,
rostos estranhos
nos acompanham, junto aos quartos,
e sentando-me, para ler um livro,
acendo o lustre,
e a sombra da pequena estátua
[invade as letras.
Jorge Humberto
24/02/11