Que mistérios são esses que o amor contempla,
Que segredos o mantém assim misterioso e lúdico,
Que corrompem a sisudez dos bravos e destemidos,
Que encorajam os fracos cordeiros dos rebanhos,
Que embebedam os lúcidos, os lógicos e os céticos,
Que afagam os heróis e os acalmam e os abrandam,
Que mistificam a vida, adoçando os dias que a compõe.
Queria entender o que me atrai para seus braços,
Além do calor do seu abraço terno e sua boca lânguida,
Além do seu corpo que me recebe e me acolhe cálida,
Além do beijo que me faz viajar no céu dos meus sonhos,
Além do conforto que suas entranhas me oferecem em graça,
Além do descanso e sossego que seu colo me permite.
Queria entender os mistérios e o regalo da sua presença,
Que me acalora e me conduz ao fascínio do teu olhar,
E olhando teu jeito tão cândido aos meus olhos e coração,
Fico assim como que sentado em nuvens de algodão,
Passeando pelos céus dos meus sonhos de um grande amor.
Contento-me em apenas estar contigo e te abraçar,
Basta-me beijar tua boca e te envolver em meus braços,
Apalpar cada pedaço do teu corpo sentindo-o todo meu,
Como teu eu sou e todo me dou e inteiro me entrego.
Supre minha vontade ficar te olhando calado,
Sorrindo para que meu silêncio te diga quase tudo,
Da exata forma que entendo a muda expressão do teu olhar.
Mas ainda sobra entender esse mistério que é meu fascínio,
Se antes o amor era tão simples, fácil e até tão bobo.
Bobagens sim é querer embaraçar a limpidez com que te amo.