Sede - por - Lizaldo Vieira
Da-me um pote dagua
Eu tenho sede
Saciar a sede
Pode libertar
Inda dizem tempo bom
Sol quente no horizonte
Ceu azul
Abrir a torneira
Usar o banheiro
É nada fácil
Com nada d´agua
Nem um pingo pra remédio
Nem um gole
Num calor de rachar
Vê-se logo que o inferno não fica distante
Coexiste ao lado
Falta d’água
Falta o regado
Falta o BOCADO
Falta a vida
Que água irriga
Que enche o pote
Barriga vazia
Como jiboiá
Se água falta
Experiência dramática
Que o nordeste esbanja
Ninguém se comove
Com esse drama
O gado geme
O homem morre
A terra escalda
O riacho racha
E o bode cospe fogo
A vida morre
Fica a pergunta
Quem nos acode
Quem nos socorre
Dessa desgraça
Quem nos removerá
Dessa farsa milenar
Insistentemente anunciada
Das tantas sedes
Também tenho sede
Não só de água
De igualdade
De liberdade
De dignidade
Também de armonia
Também de poesia
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...