Aquela luz, não a alcançava. Nunca. Ele caminhava e caminhava em sua direção e ela se afastava e se afastava. E suas pernas pesavam e pesavam. E aquele caminho cada vez mais íngreme, acidentado. E correntes invisíveis o prendiam e o puxavam para trás e para baixo. E o chão sob os seus pés ardia e queimava. E ele continuava e continuava. E deixava pelo caminho seus destroços, seus pedaços. E ele continuava e desesperava. E continuava e continuava. A luz cada vez mais ínfima, distante, inatingível, indiferente. E ele continuava e se arrastava. E suas costas lhe doíam e arqueavam e nos ombros lhe pesavam todas as pedras deste mundo e de outros mundos. E ele prosseguia e rastejava e desfigurava a própria face e dilacerava o próprio peito e rasgava a própria carne.
E insistia e insistia e insistia…