Matam o Junco -Lizaldo Vieira
Lá na capela
Minha cidade
Bela
Uma válvula de escape se acha
Um monumento de vida
O ícone guigó da Mata atlântica
Uma mata que assam
Devoram
Atacam
Devastam
E mal tratam
Do império da cana
Ao estagiário de "Nero’
O "queimador"..
Lá no junco é assim
Uma mata biodiversa se torra
Estoura-se
Detona-se
Sem dó e sem pudor
Só por bel prazer
E festa
Só brincadeira carnavalesca fora de época
Acham que ali é um luxo
Ser preservado
É lixo
Deve ser queimado
Tudo é festa
Nada presta
Nem mesmo a água de beber
Nem a brisa que de lá sopra
Lê do engano
Falo da mata
Que tem ciência
E cura doenças
Que tem riacho
Com água boa de beber
Que dá frutos aos cachos
Pra se comer
Até a fonte dá-gua viva
Já ensaiaram de vender
Mais lá resiste " guigó "
Resistem bichos e nichos
Da biosfera
Que é RESERVA.de oxigênio
Querendo livrar-se das feras
Querendo viver
Não adianta
Não tem previdência
Cadê consciência
Sobra ganância
Do podre poder da arrogância
Pra acabar a fauna
Pra queimar a flora
Pra devorar a vida
Pra tudo corroer
E tiram lenha
E tiram madeira
E tiram do riacho a areia
E levam lixo
E levam esgoto pro lagartixo
Por ali já se vê caxixe
Já não se pode mais viver
Nem mesmo teia de aranha
Que no ar se desenha
Naquele lugar não há lugar
Pra que periquitos
Pra que teiús e preás
Pra que paca e cotias
Tatus e tamanduás
Até já se vê jia
Virando petisco no bar
Pra que vida
Pra que água
Pra que beleza
Nessas terras escravas
De"Nero " e "ali babas"
Aí! Meu Deus
Quem dera pernas
Quem asas
Nessas matas atlânticas
Pra onde e voar
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...