Eu já vi toda a miséria,
Que pode existir no mundo.
A vida é coisa séria,
Para quem vive no fundo.
Eu já conheci alguém,
Que até comigo andou.
Que sempre quis fazer bem,
Mas que sempre se lixou.
Sua mente vagueava,
Perdida em pensamentos.
E aquilo que sonhava,
Eram os melhores momentos.
Nunca fez mal a ninguém,
E a alguns tinha ajudado.
Mas não só, como também,
Tudo para ele era perdoado.
Fazia o papel de santo,
Num mundo endiabrado.
Não vendo que entretanto,
Tudo era ultrapassado.
Prisioneiro da vontade,
Que tinha em ajudar.
Esqueceu que a idade,
Nunca lhe ia perdoar.
No tempo estava perdido,
A vida tinha parado.
E nada tinha vivido,
Pois vivia obcecado.
Era uma guerra perdida,
Lutando contra a vontade.
Ajudando todos na vida,
Sendo pago com a maldade.
Não vendo que a razão,
Porque ainda estava vivo.
Nada tinha com a questão,
De se sentir um cativo.
Eu já vi toda a desgraça,
Que pode existir no mundo.
A vida perde a graça,
Quando se toca no fundo.
Eu lembro-me perfeitamente,
De alguém que eu conheci.
Que vivia erradamente,
Tal e qual como eu vivi.
Pensando que estava certo,
Tinha até certa vaidade.
Mas cada vez estava mais perto,
De descobrir a verdade.
Nunca quis ser mal procedido,
Nem fazer mal a ninguém.
Mais tarde ficou arrependido,
De ter sempre feito o bem.
Pois vivendo como um santo,
Que nunca passou a linha.
Qual não foi o seu espanto,
Ao ver que já nada tinha.
Vivendo angustiado,
Por não sentir estar vivo.
Não indo a nenhum lado,
Vivendo como um cativo.
Não vendo nenhum amigo,
Nem ninguém para falar.
Não sabendo se era castigo,
Ou se simplesmente era azar.
Com a mente baralhada,
Por tão grande confusão.
Acabou sendo internado,
Já sem tino nem razão.
zeninumi 14/9/2007
zeninumi.