Remando sem direção
Caminho inverso ao coração
Sopra o vento da solidão
Tempestade amarga da ilusão
A luz tornou-se escuridão
E a dor do que já foi compaixão
Era amor, mas não havia união
Hoje espuma da boca a corrosiva ambição
Saliva doentia escorre e cai ao chão
E onde o fruto nascia agora a morte estende a mão
Falta vontade, pisa-se no próprio pão
E o barco da felicidade
Cai no redemoinho de assombração
O vento da liberdade sem medo, venta em vão
Navegando sem desejo encontra-se a emoção
Do ultimo espúrio beijo, formou-se uma canção
Quando lembro e te vejo, bate forte a razão
Toda virtude que lhe entreguei
Hoje esta em outras mãos
Nunca aprendi a me render
Que se renda o inimigo então
Sei o que devo defender
Você ainda é o ouro em meu brasão
Até tentei te esquecer
E apenas perdi mais um verão
Vai ser difícil sem você
Falhei nesta missão
Naveguei sem saber
Que meu futuro já esta em outras mãos
Não desisti, os mares mais bravos,
Ainda irei vencer
Encontrarei meu próprio perdão.
C.H.A.F.