Inda é por ti que meu coração
clama,
reclama a falta da pura ilusão,
que me faz namorar a aliança,
que é nossa subtil esperança.
Inda é do teu rosto a suspeita,
de minha voz,
selando por nós, a insuspeita,
que nos faz dois seres amados,
mormente aqui apaixonados.
Teus olhos nos meus são um rio,
que corre
percorre até ao seu breve baixio,
onde nos podemos aí encontrar,
com o verbo tão nosso – confiar.
Inda é por ti, que eu sofro a dor,
de não te ver,
de te não ter, em humilde amor,
quando se ergue de lá do monte,
um bonito arco-íris, a horizonte.
Mas saberei esperar tua pessoa,
alusão
e chão, que de ti sempre ressoa,
pois tu és terra e mar e Universo,
que eu reconheço no meu verso.
Que a chama intensa que alumia
presenças
e crenças, nos demonstre um dia,
que nada neste mundo é do acaso,
e eis juntos possamos ver o ocaso.
Jorge Humberto
12/02/11