Paulo e a jovem fada do bosque.
Era uma vez um menino, que era muito, mesmo muito traquinas, teimoso e um pouco mentiroso. Ele se chamava Paulo, era filho de lenhadores, gente muito pobre e muito honrada, viviam a trabalhar para poder dar de comer a família que era muito grande.
Além do Paulo tinham mais seis meninas e quatro rapazes, viviam de ajuda de pessoas que sempre que podiam doavam roupas e calçado.
A mãe do Paulo, Dona Bianca, era uma mulher robusta, gordinha e prendada, trabalhava até eles dormirem. Ora ajudar seu pai, ora a fazer roupas ou as consertar além dos trabalhos da vida da casa. Levantava muito cedo para fazer café e pão fresco, era tão bom acordar com aquele cheiro pela casa toda.
Logo eram horas de vestir e ir para escola. Hora de brincar e estudar, coisa que ele levava muito a serio, pois queria ser doutor quando fosse grande.
Estava a chegar a Primavera, Paulo sabia que era a época que mais amava pelas brincadeiras pelo bosque com seus irmãos, sempre aprontava com as suas mentiras e com suas partidas. Entre gritos e correrias, era uma criança feliz, saudável, sempre prestável com todos e não era nada preguiçoso. Dona Bianca queria fazer um bolo para a família com amoras silvestres, pedindo ao Paulo que fosse ao bosque colher algumas para fazer o bolo, claro que o Paulo logo se dispôs a ir. Logo o bolo que ele mais gostava, e rapidamente se pôs a caminho.
O dia estava lindo o calor já era significativo, entre a neve que derretia, nasciam as pequenas flores muito coloridas, entre verdes meio escondidos, brincando os coelhinhos saiam da toca e corriam uns atrás dos outros.
Nas arvores, escutava o canto dos pássaros que já estavam preparando seus ninhos, entre cantos a desgarrada e vôos de alegria. Os alces e veados já andavam atarefados, correndo nas pradarias e nas encostas vizinhas.
A velha cotovia andava numa roda viva, entre vôos e desafiando a coruja que estava já de saco, cheio, das suas palhaçadas, zangada voava até conseguir a derrubar do ninho.
Entre subidas e descidas dos amigos esquilos, roubando tudo que podem sem medo, Paulo assobiava uma canção, feliz por observar tudo isso a sua volta.
Cansado pousou seu cesto de palhinha para levar as amoras colhidas para sua mãe, sentou-se debaixo de uma majestosa arvore, sobre um denso tapete de musgo fofinho, tirou do bolso um bocado de pão com queijo e pôs-se a saborear, lentamente e observava apenas o que a natureza oferecia.
Bem ao longe de seu braço via algo a reluzir voando, parecia um pequeno beija-flor, mas ali não havia beija-flor, pensou preocupado e olhando com mais clareza. Parecia escutar vozes, muitas, mas olhava ao seu redor e nada via.
Estava tão bem ali, sentia uma paz incrível e parecia mágico aquele lugar, voltando a comer logo escuta uma voz meiga ao lado do seu ouvido. Surpreso ele olha e vê para seu espanto, uma linda fada, tão pequenina que o seu nariz parecia ser bem maior.
Ela era linda mesmo, tudo brilhava a sua volta e ficou atento ao que ela dizia, entre gestos zangados e querendo ser compreendida. Apurou seu ouvido e logo a começou a entender.
Ela precisa de ajuda, pequenas fadas precisavam dele.
Entre vôos ela o rodeava e falava:
- Anda Paulo, por favor, anda ajudar a salvar as minhas amigas que ficaram presas em uma pequeninha gruta, onde caíram pela encosta muitas pedras, tapando a sua entrada, já faz dois dias e elas vão ficar sem ar.
Preocupado o Paulo pediu que ela indicasse o caminho, mas lembrando as palavras sábias da mãe não saias da trilha do bosque que depois não encontras o caminho.
O querer ajudar era mais forte que as recomendações da mãe e mais uma fada não ia mentir certamente e iria o ajudar a voltar para a trilha.
Corria a bom correr atrás da pequeninha fada, ela voltava para trás e resmungava:
- Anda depressa, por favor, senão vais chegar tarde,
Aflito o Paulo falava
- Calma fadinha que eu já vou, estou a fazer o meu melhor.
Logo chegaram a uma montanha, que ele nunca viu, era feia sem arvores e nem vegetação, íngreme, metia medo mesmo. Começou a subir entre uma e outras pedras ele escorregava, cansado ele parou e perguntou:
- Fadinha ainda falta muito?
Ela respondeu:
- Não meu amigo, não falta, está quase a chegar.
Ofegante, ele volta a subir à encosta, cerca de meia hora a pequena fada diz:
-È ali, é ali. Anda rápido, por favor.
Olharam cansado e preocupado com o que via, era uma montanha de pedras caídas e algumas grandes e como ele o ia fazer sozinho, tudo isso? Pensou com os seus botões.
Tirou sua camisa e colocando as suas mãos a obra, suava como tudo e com isso a manha já tinha ido embora sem lembrar-se da Dona Bianca que devia estar aos prantos de tão preocupada com ele.
Já era quase três horas da tarde e para seu espanto ele já tinha tirado as pedras todas, de rosto alegre ele grita de alegria.
Saem de dentro da gruta luzinhas, muitas luzinhas que eram as fadas que ficaram presas e estavam amedrontadas por serem vistas por um humano mesmo que seja uma criança.
A pequena fada as tranqüiliza, dizendo ele é um menino puro de coração não vai contar nada.
Agradecidas elas colhem no bosque as amoras e oferecem um pote de moedas de ouro para que ele ajudasse seus pais e seus irmãos. O levaram de volta ao caminho que ele estava e prometendo que iriam o visitar muitas vezes.
Logo o Paulo escutou muitas vozes, estas eram bem conhecidas dos seus irmãos e seu pai, que estava aflito a sua procura.
Gritou bem alto:
-Pai, olha aqui, pai, estou aqui.
Logo seu pai vai ao seu encontro e entre lagrimas e abraços ele nem olhou ao que o Paulo tinha com ele. Logo chegaram a casa e Dona Bianca abraçou o filho feliz, para seu espanto ela viu as mais belas amoras e estranhou o que o filha tinha embrulhado ao colo.
Perguntou;
- Filho que é isso que tens ai?
Ele responde
- Não vamos ser mais pobres mãe. São moedas de ouro.
Abrindo o seu embrulho todos viram aquelas moedas a cintilarem de tão novinhas que estavam aturdidos olhavam pasmos sem prenunciar uma palavra.
Dona Bianca insistiu para ser a origem das moedas, mas Paulo não ia denunciar as novas amigas do bosque e falou:
- Olha mãe eu encontrei quando dei sem querer um pontapé no pote delas estava ao lado de uma arvore escondido pelo musgo. Como não tem dono podem ser nossas não podem?
Sua mãe entre lagrimas e sorrisos acena que sim e abraça seu filho dizendo ao seu ouvido.
- Paulinho agora já vais poder ser medico.
Abraçando a sua mãe ele responde feliz
- Que bom! Mãe e o pai e os manos, já não precisa cortar mais arvore, pois não?
Assim ele sabia que suas amigas fadas estariam em segurança e sorriu.
Seu irmão mais velho resmungou:
- Aqui tem mentira e da pesada, eu sei que tem e não me engano.
Seus pais ralharam e ele lá aceitou, mas não queria acreditar não...
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