Já estou perdido
Em confissões banais
De amor, infantil...
Já me baralhei com as minhas queixas
Contra o mundo que me quer matar
Que me sufoca no meu próprio leito.
Rasguei o meu nome escrito no papel
E queimei os restos
Afoguei-os nas chamas
Esperando morrer...
Sou tão feliz neste momento
Mas sinto esta tristeza cá dentro
Onde o mundo me sufoca
Me mata
E num vai e vem
Todos me chamam
Todos me dão abraços
E beijos
Todos me falam
Com conforto na voz
Mas noto insegurança...
Já estou farto da mentira
Deste cancro interior de pensamentos
Nesta suja e sangrenta tuberculose de ideias
E digo o que nunca irei dizer...
Rasguei agora o meu nome do mundo
Risquei o meu nome na lista
Da vida e da morte
Vou desaparecer uns instantes do mundo
Para ver se quando voltar
Estará alguém à minha espera...
Vou-me libertar da corrente que me prende
Vou ficar em transe
A olhar para a minha alma
Vou fazer uma introspecção
E dizer que menti
Que farsa sou
Que sou a desonra
E que seja!
Sou o meu ideal
Sou a minha perfeição
Sou o retrato que ninguém terá
Sou alguém!!
E quem me olha ou fala com desagrado
Nada esperará de mim
A não ser um grande sorriso na cara...
Pedro Carregal