Já não busco a beleza nos atropelos citadinos
Não é doença ou ferida aberta que me afasta
São essas rodas mesopotâmicas refreadas pelo tempo
Sustentáculo do meu imaginário infantil
Que sempre se reconheceu vivendo nas férteis terras da bíblia.
É mais fácil buscar aí a beleza
Provar frutas frescas, beber vinhos ingénuos
Pousar o pão na boca com desejo
E quem sabe se nas costas do dia
Não haverá uma oportunidade onde cantarei
Não haja mais sacrifícios!
Se minha ousadia cativar os poucos presentes
E sua memória transportar meu assunto
Terei em mãos uma atenção que me fará dizer
Não chorem a vida!
Desfrutem da natureza pura!
Não criem multidões nem encham as mãos.
Sendo assim há-de chegar a mim devagar
Uma fraternal razão há muito tida
Que ilumina de branco a confusão cinza da vida
E então todas as construções e ruídos
Que na cidade atormentam os possuídos
Terão de novo beleza pois então!