Quero construir o sentimento perfeito
quero dançar sempre de dentro pra fora-
e o que é o querer nesta trança líquida
o que é querer qualquer coisa nesta perdição de sílabas truculentas
o que é desejar qualquer coisa
no vão aberto da poesia que escorre
que sua pelos músculos do destino maravilhoso
desejar números ou nomes pra se alcançar o divino de tudo que há
o que é esta canção que sempre me puxa de novo pro âmago de si
-sim!
ela me leva ao âmago de mim
ela é mais que minha entrelinha
é o parágrafo sem bordas nem maiúsculas
é estes espaços forçados pra mostrar a música de fundo
...
são estas retiscências
...
estas retiscências espaçadas dentro do tudo infinito que cabe dentro do si
...
este retiscenciar incólume e pagão
que mais inspira suspiros de impaciência...
Folgazão a brincar de rebarbas
nas fossas áureas dos cadernos verticais
brejeiro metido a fauno, pontuando com uma vírgula a pancada
o soco gostoso do infinito que nos compõe...
...
dando faces fagueiro
em todo branco em que se mergulhe.