tudo chegará a seu tempo
ao solo do poço
ao mais profundo esquecimento
à chuva banida do céu
às bordas do cimento
seremos livres
de pisar qualquer chão
de viver o sofrimento
de qualquer má-emoção
das vãs tentativas
dos desatinos da razão
cala pois. tudo
tudo chegará a seu tempo
antes morramos
magnificamente
longe das trapaças magras da vida
bem depois do tempo sem tempo
da vida sem vida
chegar-nos-á a ressurreição
Augusto Alfeu Colares