Se alguma nuvem soubesse o meu nome
E entre gotas húmidas de chuva me dissesse
Que a vida continua, que a coragem
Está dentro de mim a par com a força
Que todo o caminho me pertence…
Desconhecessem o meu nome…
Apenas a vida me vence!
Se algum ribeiro me fitasse nos olhos
E sorrisse com o rosto brando da compreensão,
Me dissesse que existe um sorriso
Para lá da minha tristeza infinita
Que a vida é um palco de mil matizes
Onde devo procurar o sorriso
Nos sorrisos que a todos faz felizes…
Não me olha nos olhos baços…
Existo na panaceia dos tristes!
Resta o poema que ninguém lê…
Resta a miséria de um pensamento tido
Que me diz
Que no fundo de mim mesmo existe
Um pedaço de luz
Que apesar de não o ver
Brilha,
Que aponta a orientação
Que não tenho…
Houvesse uma voz que falasse por mim…
Neste deserto de onde venho.
ANTÓNIOCASADO