Estava perante o mundo
A sofrer em automatismos analíticos
Sem nunca constar nos óbvios
Que o sujeito presente nessa miragem de espelho
Se queixava.
Quando surgiu uma semente
Com a palavra Casto.
E ouvi no vento uma frase
Sempre Eu...
Sempre presente indicativo da primeira pessoa...
Resolvi então cortar com o mal pela raiz.
Deixei de Ver o sol, a lua, o mundo,
Para poder sentir o calor que nos rodeia.
Deixei de Ouvir os sons, os ritmos, os barulhos,
Para saber escutar o Coração.
Deixei de Saborear os doces, os amargos, os temperos,
Para deixar de procurar a fome do esquecimento.
Deixei de Cheirar os cardos, as rosas, os aromas.
Para não mais ser enganado pelas ilusões feromónicas.
Deixei de Tocar, andar, sentir,
Para manifestar só pura consciência.
Estava casto!
Casto nos sentidos...
... deveria estar auto satisfeito...
... mas não estava...
Será que ao entrar nesta onda
De castidade sensorial
Fez-me esquecer o que é a vida?
Acho que não.
Os sentidos agora estavam mais despertos
Para procurar as verdades...
... sim, também aquela que nos é mais preciosa...
A Vida com base no Amor.
P de BATISTA