Era hora. Chegaste minha vez. Nada fiz para merecer Tal destino Que agora me faz apodrecer Na angústia, Na dor E na desilusão. Rente a mim Baila a morte Esperando Pela minha alma Imerge em má sorte. As cabeças ali, O sangue ainda fresco Exalava a podridão Dos julgados O carrasco Esperava-me, Tua face coberta, Na mão, O machado Do qual escorria O sangue dos outros. O primeiro passo foi dado, A escada alta Levava-me a um pedestal Onde repousarei minha cabeça. Ali estava ele, Olhei dentro de teus olhos Cheios de escuridão E angústia, Preparando-se Para acabar comigo. Fitei aos lados Todos olhando A mim. Deitei a cabeça no pedestal Agora, Só me bastava dizer Adeus. Mas não deu tempo E o som do silêncio Prolongou-se, Depois da batida Do machado. Tudo acabou Nada senti A não ser a saudade Que terei De minha amada Que deixo Entre o mundo reles Dos mortais.
Esta é a dor de alma ao invés de ser do corpo,da carne,se é que soube sentir o lado que criaste neste teu poema.Muitas das vezes nos vemos neste mundo irreal de fantasia,e somo na nossa dor o nosso próprio carrasco.