Vamos nesta vida com muito por dizer.
Quem nos escuta,
e, de viva voz, presentes, se preocupa?
A doença nos atinge, sem nos prevenir.
A quem colhe
cuidado? Não quem a doença não tolhe.
E desabafamos, em silêncios recolhidos.
A quem importa?
Desde que nunca lhes batamos à porta.
Vivemos em mundos viés e desgarrados.
Morre-se;
talvez alguém apareça; depois some-se.
Valham as crianças, as flores e seu valor.
Só elas dão vida
e crença, para que a levemos bem vivida.
Já o Homem perdeu toda a simplicidade.
Age sem pudor,
e, de há muito, esqueceu a palavra amor.
E aqui me encontro sozinho a sós comigo.
Que versejar,
se quem amamos, encontra-se a definhar?
E que a força não me abandone doravante.
Dos meus pais
cuidar, sem palavras doídas nem sequer ais.
E acredito que a Primavera, trará o curativo.
E a felicidade,
há-de entrar em casa, com toda a seriedade.
Jorge Humberto
05/02/11