Sabe, nada mais queria que do dia:
viesse esse sabor amargo da agonia,
ressaca de mistura de rum com tequila
da inevitável cefaleia matutina.
Talvez o que gostaria nesse dia:
viesse de um sinal ao meio-dia
quando não mais se projeta a sombra
forte sol de verão que me atormenta
Sim, isto é o que desejaria do dia:
que viesse de um canto de alegria
da criança adormecida de minha vida
do passado que me levou a infância
Não, Talvez, Sim? Na indecisão desse dia:
na mordaz sensação de ambivalência
quando há no rio, um barco para travessia
e a correnteza nos chama e nos desafia...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 5/2/11.
Imagem: Petra, Jordânia.