Pai Natal, escrevo-lhe esta linda carta
Dou-lhe uma bonita, bela missão
Neste ano, nada quero de brinquedos
Só desejo que espante os meus medos
E preencha o meu frágil coração.
Pendurei na minha (falsa) lareira,
Pequeno sapatinho de papel,
Esperarei dois dias acordado
Sem amigos ou amigas ao meu lado
Mantendo-me ao que prometo, fiel.
Não me interessam bonecos, bonecas,
Caras de uma infeliz felicidade.
Afeiçoo-me às pessoas honestas
E desvio-me de todas aquelas
Que tentam mascarar dura verdade.
Não quero nem aviões nem carrinhos
Têm rodas e asas para escapar
Eu, já duas vezes abandonado
Exijo sempre tê-los ao meu lado
Em qualquer noite de gentil luar.
Quero a minha mãe aqui de volta
Quero o meu solitário papá aqui
Quero poder vê-los muito felizes
Como no pretérito nunca os vi.
Deixa, Pai Natal, pois já percebi,
Nada disso podes oferecer.
Só quero que sintas o que senti
E este poema possas entender.
Mas vou esperar por ti em sítio igual
Em minha “casa” poderás entrar,
Abraçar-me, e no final desejar
Um bom Ano Novo e um Feliz Natal!