Esta figura rasa e plana
A mercê de minha mão incansável
Solitária sobre a mesa da cabana
Absorve meu sonho implacável
De cores suaves e amenas
Torna bonito o que penso
A sua inércia não me condena
Mistura-se aos borrões deste amor imenso
Este papel inconfidente
Acolhe os meus desabafos
Já beijou teus lábios ardentes
Eu, nem sequer teu abraço
Eu sei que tu guardas também
Em tuas linhas a minha emoção
As lágrimas que chorei por alguém
São lágrimas de amor que chorei em vão.