Balanço para a frente e para trás
Ao calor do meio-dia
Num parque
Com o pressentimento
De que algo está a mudar
O dia está luminoso
Mas sei de alguém
Que acha que está cinzento
E baloiço, baloiço
Com os pés assentos na terra
Desejando poder voar
Com uma alegria soturna
Que procura a tristeza alegre
Onde estás tu?
Que eu quero conhecer?
Para trás e para a frente
No ar, prestes a cair
Baloiço
No ar, suspendo a respiração
Mas de repente sinto-me morto
Com um vazio no coração
Voo agora mais alto
Balanço e balanço
Quase toco no céu...
Agarrado a dois ferros
Preso à terra
Quase no ar...
Balanço, balanço
No ar não descanso
Quero ter alguém para amar
E mais alto voo
Sozinho e sem alguém...
Entretanto alguém me chama!
Assento os pés no chão
Alguém está atrás de mim
Alguém me chamou enquanto me vigiava
Mas quando olho para esse alguém
Pergunto: ''Quem és tu?''
Sem resposta, damos as mãos
E vagueamos por um caminho
De sonhos
Longe da Terra
A caminho do ar
Pedro Carregal