Em meu quarto absorto em pensamentos
Recordo a última vez que te vi
Você estava linda, cabelos soltos, úmidos do banho.
A toalha enrolada ao teu corpo delineava tuas curvas
O sorriso estampado no rosto me dizia que estava feliz
Lá fora chovia sem parar, chuva forte, torrencial.
O vento se encarregava de nos lembrar disso a todo instante
Projetava pingos grossos na vidraça da janela
Mas aquele momento era nosso, só nosso.
E então entre beijos e carícias nos amamos novamente.
O dia acabou depressa, rápido como o vento que soprava lá fora.
E de repente você se foi, em meio à chuva fina como névoa.
Por longos dias aqueles momentos se repetiram em meu pensamento
Até que a realidade se fizesse presente, como agora.
Sempre venho ao meu quarto, quando chove.
Talvez para vê-la envolta em meus lençóis
Ou quem sabe para acalentar meu coração
Talvez eu faça isso por muitos anos
Ou quem sabe eu espere a chuva passar
Quando a chuva passar.