Deixei de falar de ti e de escrever o teu nome no espelho, enquanto as suaves gotas de água ainda o abraçam. Deixei também de te escrever, de te falar, e até de estar contigo.
Deixas-te-me agarrada a uma dúvida constante, que me afoga no desespero tépido e solene da incerteza, mas também da saudade. Sim, saudade, porque um dia foste meu, fizes-te parte do meu mundo, por breves momentos. Momentos esses, que se desvaneceram por entre as minhas mãos, por entre os meus dedos, como algo bastante inconstante, quase impossível de segurar ou alcançar.
Vi-te partir mesmo perante mim, uma partida silenciosa, onde apenas se ouviam os meus gritos de desespero por entre as partículas de oxigénio e dióxido de carbono que nos separavam, pedindo quase desesperadamente que não me abandonasses...
O silêncio, esse, era tão ensurdecedor, que nem me ouvis-te, e partis-te...
Felizmente, nada disto aconteceu, e dou graças a Deus por me ter perdido contigo.
Carina Sofia Rodrigues