[Um canto assim, quase pastoral... quem escreve por alívio detesta classificações - eu apenas escrevo na Grande Rede!]
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Matamo-nos... portanto, eu te imagino assim:
Tu te sentas no ponteiro das horas...
e ali, como se estivesses num balanço
comprido, de cordas amarradas
nos galhos das grimpas de um velho jatobá,
sorris, divertida [será?], com o passar das horas...
[Maldade... maldação minha?!]
Mal sabes que a estas mesmíssimas horas,
eu, cá de longe, estou sofrendo, penando,
com os cotovelos apoiados diante da "marelinha",
e o rosto afundado nas mãos espalmadas...
[perdido... perdido... perdido... morto!]
Não me recrimines... deixa-me,
estou só, perdi, não tenho mais nada,
e este é o jeito que eu tenho de viajar
até o castanho dos teus olhos,
até à tua voz macia, ao teu cheiro...
[A memória do desejo é louca, louca,
eu estou te sentindo agora!!]
O que mais pode querer de mim
a Senhora de [todas] as horas minhas?
Minhas? Nem sei... mais tuas que minhas!
[Penas do Desterro, 27 de janeiro de 2011]